Tiago Rodrigues, o "Pirlo de Guimarães"

Começou a médio ofensivo, mas tem se afirmado como nº 8 e até em determinadas situações de jogo (quando a equipa está em desvantagem) já assumiu o papel de médio defensivo. Tiago Rodrigues, o médio de 21 anos, que renovou recentemente até 2016, está a deslumbrar no Vitória de Guimarães. Pouco exuberante, mas com uma grande personalidade, uma espécie de Pirlo - salvo as devidas distâncias, tem emprestado um critério muito interessante na ligação entre o meio-campo e o ataque, destacando-se igualmente pela sua qualidade de passe, visão de jogo (já soma várias assistências) e remate (uma excelente meia distância, dos jogadores em Portugal com o remate mais potente e colocado). Sem dúvida uma das grandes revelações do campeonato e um elemento que tem tudo para ser um dos pilares desta nova selecção nacional de sub-21. O futebol português (com Meireles à beira dos 30 e Viana riscado pelo seleccionador, veremos se não será já uma opção para Bento a curto prazo), e o próprio clube (como todos em Portugal) necessitado de realizar encaixes financeiros, agradece.

O complicado período financeiro que afecta o Vitória obrigou o clube minhoto a uma redução enorme no orçamento para esta época, forçando a uma autêntica revolução no plantel. Face a essas dificuldades, os vimaranenses trataram de potenciar e rentabilizar a equipa B, abrindo as portas da formação principal a jovens portugueses. E em boa hora o fizeram, além de Tiago Rodrigues (que ainda passou pela formação do Sporting), num plantel reformulado por Rui Vitória (distinguido pelo VM como o melhor treinador da 1º volta da Liga), destacam-se igualmente as excelentes prestações de Paulo Oliveira (central discreto, mas muito eficiente...será certamente uma presença assídua nos sub-21), Baldé (o seu porte atlético invulgar tem criado muitos estragos nas defensivas contrárias) e de Ricardo (muito veloz, dá grande profundidade ao jogo vimaranense).

No futuro, muitos dos emblemas nacionais terão – face às condicionantes económicas - de passar por uma revolução semelhante à dos vitorianos, apostando quase tudo no mercado nacional (Sp. Braga tem sido exímio nesse capítulo) e principalmente na formação (o Sporting, depois de um desvio também está a voltar a criar condições para isso). É caso para dizer que a crise é a mãe das oportunidades e os jovens portugueses têm agora, mais do que nunca, uma porta aberta para saltar para a ribalta. 

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): Ruben Silva

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