Sporting: João Mário e Bruma são "o agora"; Elias, Schaars, Jeffren, Capel e Xandão, a partir de Janeiro, devem passar a ser "o passado"

No início de temporada, a crença geral era de que o plantel do Sporting era o melhor dos últimos anos, com jogadores acima da média e capaz de lutar por títulos até final. O que acontece é que, com apenas 2 meses de competição, os leões já estão com um atraso significativo no campeonato, fora da Taça de Portugal e numa posição delicada na Liga Europa. Reina a instabilidade a nível directivo (saíram Carlos Freitas e Luís Duque, os dois últimos nomes do projecto de Godinho Lopes) e também no cargo de treinador, onde Sá Pinto não conseguiu resistir aos maus resultados e Oceano, com uma equipa despedaçada psicologicamente, não fez melhor.

Já sem grandes objectivos (o terceiro lugar é o mais realista, a Taça da Liga e lutar pelo apuramento na Liga Europa), e com um novo técnico, o belga Franky Vercauteren (que até é adepto da aposta na formação), esta é a oportunidade ideal para o clube leonino preparar o médio-prazo, se desfazer de alguns elementos (que mais não conseguem que lutar pelo 4º lugar) e dar minutos a jogadores que devem obrigatoriamente ser o futuro do Sporting (se no princípio da época podia ser precoce a entrada dos mesmos no plantel principal, agora, considerando o momento actual: 12º lugar, 4 derrotas consecutivas, afastamento da Taça e má campanha europeia, é certo que pior figura não fazem). Por razões diferentes: rendimento, salário, má atitude, e falta de qualidade, activos como Jeffrén (o espanhol já teve várias oportunidades e não acrescentou nada, nem sequer atitude), Capel (muito limitado e já não desequilibra como na metade inicial de 2011/2012), Elias (pelo seu preço e pelo que (não) tem feito, e para desanuviar a folha salarial), Schaars (tem empenho, atitude, mas está na idade certa para sair, e ser um dos melhores jogadores da Liga em passes para o lado e para trás é curto, por outro lado, elementos como Adrien, João Mário ou André Martins caso tenham a oportunidade de ser regularmente titulares vão no futuro permitir um encaixe financeiro superior ao do holandês, algo fundamental para o futuro dos leões) e Xandão (está emprestado e tem mercado, só não tem a qualidade que inicialmente mostrou, como tal, os leões não deviam bloquear um eventual negócio), devem sair de Alvalade em Janeiro (Carriço e Pereirinha podem igualmente ser transferidos). Não está em causa, o valor de Elias, ou o potencial de Jeffren, jogadores que a 100% e em estruturas diferentes, podem ser mais-valias consideráveis (mantemos que são 2 elementos que podem ou podiam ser de Top na nossa Liga), o problema é que (até ao momento) não resultaram (e como estes, muitos outros nos últimos 25 anos).

Com estas saídas, o Sporting devia fazer a tal ligação positiva com a equipa B, que está em grande e lidera a II Liga, o que poderia proporcionar não só um maior fulgor financeiro (os leões necessitam de se desfazer de alguns salários e principalmente de realizar significativos encaixes financeiros) como a entrada deste "sangue novo" daria certamente um novo ânimo à equipa leonina (esta fornada é o futuro do Sporting e além disso a inclusão de alguns destes elementos poderia funcionar como um incentivo extra para motivar os  adeptos leoninos). João Mário, talvez o melhor jogador actuar na II Liga, tem jogado a 10, mas faz todas as posições do meio campo (ainda pode jogar a lateral direito) e apresenta uma maturidade competitiva muito acima da média, e Bruma é um extremo muito jovem (ainda júnior de 2º ano), mas forte no 1x1, rápido e em termos de mercado um dos activos mais interessantes do Sporting, deveriam merecer mais atenção, mas há mais. Zezinho pode ser opção para o meio campo (a trinco ou box-to-box é um jogador que enche o campo com a sua capacidade física e importante na 1ª zona de construção devido à sua técnica), Eric Dier (tem actuado a lateral esquerdo, mas é um central promissor), Pedro Mendes (é o líder da defesa leonina) e Esgaio (bastante inteligente tacticamente, pode ser uma alternativa viável a lateral, médio ou extremo)...já Betinho, na nossa opinião, não tem ainda maturidade para jogar na equipa principal. O trabalho de Wolfswinkel é muito duro e não nos parece que o português (que não costuma ter um papel muito activo na criação da equipa) tivesse capacidade para lutar pela bola e depois ter frescura para finalizar. Com isto não pretendemos dizer que é suposto Vercauteren incluir todos de uma vez no 11 inicial (até porque, mesmo com as saídas de Capel, Jeffren, Elias, Xandão e Schaars o belga pode na mesma apostra em Patricio, Arias, Rojo, Boulahrouz, Insua, Rinaudo, Adrien, Pranjic, Izmailov, Carrillo e Wolfswinkel), apenas dar algumas chances de integração. Vejamos o exemplo do Liverpool, que tem actuado no 11 titular com Sterling, Shelvey, Suso e Wisdom (que defrontaram o Sporting de João Mário, Esgaio, etc,  na Next Gen e foram vergados por 5-0 e 3-1 na época passada) num campeonato muito mais competitivo como é a Premier League, o que até tem dado bons resultados (a aposta nestes jovens, não propriamente em termos de vitórias).

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