Jackson Martínez: "Quando o caro sai barato"

Depois da saída de Falcao, o Porto ficou órfão de um ponta de lança de qualidade. Por lá passaram Kléber, Walter ou Janko, sem o sucesso desejado. Neste defeso, os dragões pagaram quase 9 milhões de euros por Jackson Martínez, na esperança de que o colombiano tivesse o mesmo rendimento que o seu compatriota. E a verdade é que ao contrário dos citados, não tem desiludido. Pegou de estaca no 11 inicial e contribui para este bom inicio de época dos azuis e brancos com boas exibições e golos para vitórias importantíssimas (na Supertaça, e com o Sporting e  D.Kiev, por exemplo).

Tem mostrado ser bastante completo, finaliza bem com os dois pés, é forte fisicamente e no jogo aéreo, e, agora que ganhou confiança, tem sido eficaz. É actualmente o melhor marcador da Liga com 5 golos em 6 jogos, já bisou na Liga dos Campeões e claramente confirmou o potencial que evidenciou no campeonato mexicano (a única dúvida residia em relação à adaptação do ponta de lança de 26 anos ao futebol europeu, que aos poucos e poucos vão desaparecendo, aliás poucos tiveram este impacto na época de estreia). Veremos se dá sequência ao bom trabalho que tem feito até aqui e se continuará a dançar o "Chá-chá-chá" no Dragão. Mas o que importa realçar nesta aquisição é a relação qualidade/preço e a nova política de Pinto da Costa (o mesmo já se tinha verificado com as posições de lateral direito e esquerdo). Kléber custou 4,2 milhões de euros por 70% do passe, Walter 6 milhões de euros pela mesma percentagem do passe, enquanto que Janko custou 3 milhões de euros. Nenhum destes jogadores teve o rendimento desejado e, somando o preço das transferências com comissões, salários e prémios de jogo, certamente foram mais caros do que Jackson Martínez. É caso para dizer que o caro sai barato. Aliás, este parece ser o modelo a seguir: menos contratações (o FC Porto adquiria em todos os defesos mais de 12/13 jogadores) mas cirúrgicas e que sejam claras mais-valias independentemente do valor das transferências (é preferível dar 9 milhões por um bom jogador, do 2 ou 3 por 5/6 elementos medíocres que nada acrescentam). Jackson, Danilo e Alex Sandro são exemplos do "novo Porto" (em termos de politica de mercado)? Conseguirá o colombiano fazer esquecer Falcao?

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